terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A Verdade sobre a Mentira



Verdade e mentira são questões muito relativas, aliás, filosóficas.

Dá pra se passar algumas horas pensando e analisando que tudo é relativo, que o que é verdade pra um, pode não ser pro outro; que omitir é uma forma de mentir; que não existe verdade absoluta, e blá blá bláá. Mas o que é verdade absoluta - quase unanimidade, ouso dizer -, é que uma mentirinha às vezes, não só é preciso, quanto, necessário.


“É, você realmente emagreceu”, “Claro, sua bolsa é linda”, “Esse óculos compõe o seu rosto”, “Sim, já entreguei o relatório”, “Só mais uma colherada, filho”, “Eu não tava olhando pra bunda dela não, meu amor!”, “A bateria do celular acabou...”, e por aí vai. Quem nunca ouviu ou falou, pelo menos uma dessas?

Algumas mentiras são úteis, e evitam desgastes desnecessários. Imaginem uma vida sem esses úteis recursos:


Gustavo e Cláudia conversam na sala, assistindo televisão.

- Ah, que que você tá achando dessa Helena, da Taís Araújo, hein Gu? –Pergunta interessada, Claúdia.

- Huum. De um ponto de vista mais técnico, acredito que por se tratar de um personagem com um estigma quase épico, ela deveria estar buscando uma interpretação mais voltada para Stanislavski mesmo, mas com alguns temperos dosados de Grotowski, buscando a libertação física e psíquica dela como atriz, e deixando clara a estrutura abalada da personagem. – Pontua Gustavo.

- Viado. – Finaliza Claúdia, com um olhar de soslaio e cara de desprezo.

Entra Marritoniê, faxineira do casal, nomeada desta forma por corruptela de Marie Antoinette, uma bela e louvável homenagem à Rainha decapitada durante a revolução Francesa, Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine.

- Dona Cráudia. Aquelar duas amiga muambeira da senhora tão aí. – Diz Marri, como é carinhosamente chamada pro seus patrões.

- Certo, pode abrir a porta, Marri. – Autoriza Cláudia.

- Com o salário que eu to recebendo? Nem em sonho. Só avisei que elas tão aí porque eu to indo no banheiro da senhora pegar papel higiênico, porque o meu acabô. E se quiser muambinha, acho bom a senhora correr, porque tem mais de meia hora que o porteiro interfonou dizendo que elas tavam aí. Vai menina! - Diz Marri.

Cláudia se levanta e vai atender à porta.

- E o senhor, Seu Gustavo? Vai levantar esse rabo desse sofá, não? Fica aí, prendendo a TV à cabo pra ver novela na Globo? Mas o senhor é um bunda mole, mermo, hein, Seu Gustavo. Nem pra assinar um canalzinho de sacanagê... Viadinho! – Finaliza Marri, saindo.

"Mentiras sinceras me interessam", já dizia Cazuza em sua célebre canção “ Maior Abandonado”. O fato é que a mentira é sempre vista como a ruim, a torpe, mas como pod...



Ahn? Oi, Mãe?!

Perai, gente.

Se eu já arrumei meu armário...? É... Claro que já arrumei meu armário, Mãe!

Claro que já arrum... Puta que pariu, Fudeu, e agora?!



2 comentários:

  1. só mais uma colherada, filho ahhahaha adoreiii! a bateria acabou tb é um clássico!! hahahaa

    adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiii

    ResponderExcluir
  2. “A bateria do celular acabou...” essa eu já escutei, nééé Sr. Lucas Massano??? =Pp hahahahhaa....
    Bjss

    ResponderExcluir